Jipes nascidos para guerra completam décadas de existência em 2011

O ano de 2011 parece estar sendo marcado por jubileus de automóveis. Depois que os esportivos Jaguar E-Type e AC Cobra completaram 50 anos, agora é a vez de dois veículos off-road comemorarem décadas de existência. E, ao contrário do que aconteceu com os cinqüentões de origem britânica, dessa vez os aniversariantes são bem conhecidos pelos brasileiros, uma vez que ambos foram produzidos por muito tempo em solo nacional.

O aniversariante mais velho é o Jeep, que completa 70 anos em 2011. A história do modelo está intimamente ligada à Segunda Guerra Mundial. Em 1941, quando os Estados Unidos já tinham entrado conflito, o exército norte-americano anunciou aos fabricantes de automóveis que precisava de um veículo 4×4 com capacidade para transportar três soldados e uma metralhadora, resultando em uma carga útil de 300 quilos. Willys-Overland, Ford e a pequena Bantam disputaram a preferência dos militares, mas o projeto da primeira foi o escolhido.

Surgia assim o veículo que seria batizado de GP, abreviação das palavras General Purpose, que em português significam algo como “utilização geral”, e que ficou famoso nos campos de batalha graças à resistência e ao bom desempenho em terrenos difíceis. Em 1945, ao fim da Guerra, o veículo passou a se chamar Jeep, palavra que soava como a sigla, pronunciada em inglês, e começou a ser vendido para a população civil. Depois de muitas alterações, a produção nos EUA foi encerrada somente em 1986, com mais de 370 mil unidades fabricadas, e o Wrangler ocupou seu lugar.

O Jeep começou a ser montado no Brasil em 1954, mas com componentes importados, em um regime hoje denominado CKD. O modelo nacional de fato, com mais de 50% das peças fabricadas no país, data de 1957. Em 1968, a Willys do Brasil foi comprada pela Ford, mas a produção só foi encerrada muito tempo depois, em 1983.
O Toyota Land Cruiser é um pouco mais jovem, mas também está atingindo uma idade expressiva em 2011: 60 anos. Coincidência ou não, o modelo foi outro que teve relação com os campos de batalha. Na década de 1950, os Estados Unidos se envolveram na Guerra da Coréia, e procuraram um fabricante asiático capaz de entregar rapidamente um lote de veículos com características parecidas às dos Willys-Overland. A Toyota então apresentou o modelo BJ, que compartilhava vários componentes com os caminhões da marca. Por isso, sua capacidade de carga superava a do similar americano.

Em 1953, o veículo foi batizado definitivamente de Land Cruiser, e a partir daí, conquistou sucesso comercial não apenas em sua terra natal, mas nos cinco continentes do planeta. O nome é mantido até hoje, mas as semelhanças do modelo atual com o primogênito não vão muito além disso.
O Land Cruiser começou a ser montado no Brasil em 1958, em regime CKD, e já em 1959 era nacionalizado. A fabricação local veio acompanhada de um novo nome, que estava em sintonia com a atmosfera local: Bandeirante. Ao longo das décadas seguintes, o veículo passou por diversas alterações, mas nenhuma modificou significativamente o projeto original. A Toyota também disponibilizou outras opções de carroceria, entre as quais destacaram-se as picapes, que foram muito utilizadas por empresas e particulares em trabalhos pesados. Em 2001, modelo despedia-se do mercado, com um total de 103.750 unidades produzidas no país.

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Fotos | Willys-Overland e Toyota Divulgação

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