Novo Palio 2012: primeiras impressões



A Fiat adiou enquanto pôde. Mas a segunda geração do Palio era inevitável. Em 15 anos de mercado, o modelo manteve uma média invejável de 14 mil vendas mensais. Mas depois de quatro face-lifts, a idade pesou: no último ano, a média caiu para perto de 9 mil unidades/mês.

Mas a substituição não é simples. É preciso movimentos muitos estudados para renovar totalmente um carro sem perder o mercado já conquistado nem provocar “fogo amigo” em modelos da mesma marca, como Punto e Uno, que trafegam em segmentos muito próximos. O posicionamento dessa segunda geração é exatamente entre os dois outros compactos da Fiat. Inclusive esteticamente.

O novo Palio traz elementos do Uno na frente curta e nas linhas retas com contornos arredondados, presentes na entrada de ar sob o para-choque e no recorte interno dos faróis. A referência ao Punto vem no alongamento dos faróis sobre o para-lamas, no perfil em cunha acentuada e nas lanternas altas, que cobrem toda a coluna traseira.

E ainda tem detalhes que remetem ao pequeno 500, como os frisos cromados, que parecem bigodinhos, que ladeiam a marca Fiat. Apesar dessa aparente “mistureba”, o resultado é bem original. Não dá para dizer que o novo Palio é uma evolução do anterior. É simplesmente outro carro.

A plataforma é a derivada da utilizada no novo Uno, com o entre-eixos alongado. A suspensão foi retrabalhada. É McPherson na dianteira com braços inferiores, para reduzir oscilações laterais e longitudinais. Atrás, é por eixo de torção.

A altura livre para o solo foi reduzida em 3 mm e foram adotados pneus de menor atrito. A carroceira é maior que a do antigo Palio em todas as dimensões. O comprimento de 3,88 m, a largura de 1,70 m, a altura de 1,51 m e o entre-eixos de 2,42 m têm mais 3 cm, 6 cm, 8 cm e 5 cm, respectivamente.

A ampliação da altura e do entre-eixos foi fundamental para melhorar habitabilidade do modelo. Não chega a credenciá-lo a brigar, em relação ao espaço, com o Volkswagen Fox, mas o aproxima do rival nesse sentido.

O fato é que o crescimento e a melhora do Palio foram limitados pela necessidade de evitar um confronto com o Punto, um modelo mais rentável para a Fiat. Essa “intimidação” é bem perceptível no acabamento interno. O design do habitáculo é bem criativo e caprichado, inclusive pela possibilidade de personalização.

Mas os materiais não inspiram muita confiança. Os recortes e os encaixes das peças são menos cuidadosos que, por exemplo, no Uno. A grande distância para o ótimo acabamento do Punto afasta qualquer possibilidade de migração “casual” entre os dois modelos.

O novo Palio ocupa exatamente o mesmo ponto que o antigo na escala de modelos da Fiat. Tanto que os preços mudaram muito pouco, inclusive em relação a conteúdo. Houve um aumento de 3 a 4%, exceto na versão de entrada, que ficou míseros R$ 10 mais barata.

Começa com o Attractive 1.0 por R$ 30.990 e traz de série direção hidráulica, limpador/desembaçador traseiro e computador de bordo. O Attractive 1.4 custa R$ 34.290 e adiciona, além do motor maior, o terceiro apoio de cabeça atrás, chave canivete com telecomando, faróis de neblina, vidros elétricos dianteiros e travas elétricas.

Na sequência, vêm as versões com motor 1.6 16V, que podem recebem câmbio automatizado, com trocas na direção e cruise control, por R$ 2.500. A Essence começa em 37.990 e acrescenta, de série, apenas o ar-condicionado.

A versão Sporting estreia na linha a R$ 39.990 e agrega ainda minissaia dianteira, spoiler traseiro, rodas de liga leve de 16” e volante em couro. A Fiat espera que, com a nova geração, o Palio volte a dar a mesma resposta que apresentava antes da chegada do novo Uno, ano passado.

A ideia que emplaque entre 6 mil e 8 mil unidades por mês, além das 6 mil habituais do Palio Fire – que, aliás, se mantém com o mesmo visual do atual. No melhor dos cenários, o Palio recupera a média histórica de 14 mil unidades/mês, sem provocar baixas significativas no Uno e no Punto.

Primeiras impressões - O gérmen da mudança

Belo Horizonte/MG – A Fiat não fez mistério. Apresentou logo a versão Sporting junto com a nova geração do Palio. Normalmente, a montadora esperaria um momento mais propício para valorizar a novidade. O problema é que, daqui para a frente, vão faltar ocasiões.

Depois do novo Palio, virão ainda novo Siena, nova Weekend e nova Strada. E todos têm de ser lançados rapidamente, já que a chegada do Palio hatch envelheceu, instantaneamente, toda a família. E não só na estética. Esta nova geração ganhou também no comportamento dinâmico.

Como na rigidez torcional, melhorada com a nova plataforma, e a suspensão, que apesar de continuar mole, ganhou um bom acerto, que impede excessos nos movimentos laterais e longitudinais.

Na parte de motorização, nenhuma novidade. Além do nome, o trem de força é a única herança deixada pelo antigo modelo. O propulsor da versão Sporting Dualogic testada é o E-torQ 1.6 16V, com 115/117 cv de potência e 16,2/16,8 kgfm de torque, com gasolina e etanol.

Sua principal característica é apresentar bom rendimento apenas em giros muito altos e uma certa falta de ânimo em rotações médias e baixas, como as usadas nas cidades. Mas no caso do Palio, houve um casamento feliz. O desempenho em alta cai bem em uma versão “esportiva”.

Só que, em regimes mais amenos, o baixo peso do modelo impede qualquer ressentimento em relação à chegada tardia do torque, aos 4.500 rpm. Por isso, o primeiro pico de torque, em torno de 2.250 giros, já é suficiente para acender o modelo. E o fato de o câmbio automatizado agora ter comando em alavancas atrás do volante torna a condução ainda mais divertida.

Mas o novo Palio se presta também a ações mais utilitárias. O espaço interno é bem mais generoso que a versão anterior e o banco traseiro não é mais afundado – o que melhora a vida dos ocupantes. O design interno é de bom gosto e os comandos mais importantes ficam concentrados nas três hastes que se projetam da coluna de direção e nos botões do volante multifuncional.

Este bom projeto perde muito do brilho pela qualidade dos materiais empregados no acabamento interno. Os painéis das portas, o carpete, o forro do teto e até os tecidos são pouco agradáveis ao toque e aos olhos. Outro descuido foi com o porta-malas. O fundo é desnivelado e o sistema de rebatimento do banco traseiro é um tanto tosco. Um contrassenso em um carro bem desenhado, de bom comportamento dinâmico e muito bem concebido.

Ficha técnica - Fiat Palio 2012

Motor EVO 1.0 8V (1.4 8V) – A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 (1.368) cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial.

Motor E.torQ 1.6 16V – A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial.

Transmissão – Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré ou automatizado Dualogic com cinco marchas à frente e uma a ré com trocar em espátulas atrás do volante (opcional E.torq). Tração dianteira.

Potência máxima (gasolina/etanol) – EVO 1.0 8V: 73/75 a 6.250 rpm. EVO 1.4 8V: 85/88 cv a 5.750 rpm. E.torQ 1.6 16V: 115/117 cv a 5.500 rpm com etanol e gasolina.

Aceleração de 0 a 100 km/h (gasolina/etanol) – EVO 1.0 8V 15,8/15,0 s. EVO 1.4 8V: 12,8/12,2 s. E.torQ 1.6 16V: 9,9/9,8 s.

Velocidade máxima (gasolina/etanol) – EVO 1.0 8V: 156/157 km/h. EVO 1.4 8V: 171/173 km/h. E.torQ 1.6 16V: 190/192 km/h.

Torque máximo (gasolina/etanol) – EVO 1.0 8V: 9,5/9,9 kgfm a 3.850 rpm. EVO 1.4 8V: 12,4/12,5 kgfm a 3.500 rpm. E.torQ 1.6 16V: 16,2/16,8 kgfm a 4.500 rpm.

Diâmetro e curso – EVO 1.0 8V: 70,0 mm X 64,9 mm. EVO 1.4 8V: 72,0 mm X 84,0 mm. E.torQ 1.6 16V: 77,0 X 85,8 mm.

Taxa de compressão – EVO 1.0 8V: 12,2:1. EVO 1.4 8V: 12,4:1. E.torQ 1.6 16V: 10,5:1.

Suspensão – Dianteira do tipo McPherson, com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais e barra estabilizadora. Traseira semi-independente, com eixo de torção com rodas semi-independentes.

Pneus – EVO 1.0 8V e 1.4 8V: 175/65 R14. E.torQ 1.6 16V: 185/60 R15.

Freios – Dianteiros a disco sólido (ventilados no E.torQ 1.6 16V) e traseiros a tambor. Oferece ABS como opcional.

Carroceria – Hatchback em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,87 m de comprimento, 1,67 m de largura, 1,51 m de altura e 2,42 m de entre-eixos. Airbags frontais e laterais como opcional.

Peso – Attractive (1.0 8V/1.4 8V): 999/1007 kg. Essence (manual/automatizado): 1.062/1067 kg. Sporting (manual/automatizado): 1.090/1097 kg. Capacidade de carga de 400 kg.

Capacidade do porta-malas: 280 litros.

Tanque de combustível: 48 litros.

Produção: Betim, Minas Gerais.

Lançamento: 2011.

Itens de série:

Attractive 1.0: Direção hidráulica, desembaçador temporizador e limpador traseiro, brake-light, comando interno de abertura do porta-malas e do reservatório de combustível, computador de bordo, sistema Follow Me Home, relógio digital, console central com porta-objetos e porta-copos, retrovisores externos com comandos internos mecânicos, banco traseiro rebatível, para-sóis com espelho do lado do motorista e do passageiro, alerta de limite de velocidade e manutenção programada.

Preço: R$ 30.990.

Attractive 1.4: Adiciona travas elétricas, travamento automático em velocidades acima de 20 km/h, vidros elétricos dianteiros com onetouch, volante com regulagem de altura, faróis de neblina, chave canivete com telecomando, alças de segurança traseiras, apoia-pé para o motorista, porta-objetos móvel e porta-óculos.

Preço: R$ 34.290.

Essence: Adiciona ar-condicionado e detalhes cromados no interior, banco do motorista com regulagem de altura, indicador de temperatura externa, luzes de leitura dianteiras com spot e rodas de 15 polegadas com pneus 185/60 R15.

Preço: R$ 37.990.

Essence Dualogic: Adiciona câmbio automatizado Dualogic e cruise control.

Preço: R$ 40.490.

Sporting: Adiciona aerofólio esportivo preto na traseira, faixas esportivas nas laterais e na tampa traseira, mini-saias laterais esportivas pretas, moldura cromada no para-lama dianteiro, molduras nas caixas de roda, ponteira de escapamento dupla cromada, revestimento externo esportivo nas colunas das portas, spoiler esportivo preto nos para-choques, faróis biparábola com moldura e canhões negros, rodas de liga-leve 16 polegadas e pneus 195 / 55R16 verdes.

Preço: 39.990.

Sporting Dualogic: Adiciona câmbio automatizado Dualogic e cruise control.

Preço: R$ 42.490.


Fonte: Notícias Automotivas

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