No fim dos anos 50 a Ford planejava construir no Brasil automóveis de passeio onde até então só era produzido pela marca pick-ups e caminhões com enormes motores V8. Logo no inicio de 59 Henry Ford II durante uma visita ao Brasil anunciou a fabricação de automóvel de passeio em pouco tempo sua idéia era construir o Ford Custom 59 por aqui quando o modelo 1960 chegasse ao mercado norte americano. O motor a ser adotado no Custom seria o mesmo Y272 já utilizado nas pick-ups e caminhões assim como a transmissão.
O grande problema era que a fabrica que desejasse fabricar carros de passeio nacionais deveria apresentar seus projetos até 31 de dezembro 58 para obter facilidades e incentivos. A Ford planejou seu sedan depois disso e sem negociação o projeto foi engavetado.
Em 1965 a Ford voltava a se animar novamente em construir um carro de passeio no Brasil, de inicio foi cogitado o alemão Taunus que foi descartado cedendo lugar ao Galaxie 500 americano.
Sua chegada foi em abril de 1967, com proporções jamais vista por aqui até então as propagandas anunciavam um nacional com pinta de importado, fortalecendo ainda mais esse ponto de vista o projeto era bem atual, mesclava conceitos dos modelos americanos de 1965 e 1966.
Com seus 5,30 metros de comprimento era considerado um tremendo luxo oferecendo espaço nunca visto antes em carros de passeios. A direção era hidráulica, outra novidade por aqui era muito leve oferecendo a menor sensação de controle que se tornava muito perigoso em pisos molhados. Para empurrar seus 1.730 quilos o motor era o mesmo Y272 das pick-ups e caminhões que também havia sido cogitado na época do Custom. Com 4.458 cm³ e potência bruta de 164 cv o coração de caminhão não oferecia um bom desempenho ao sedan. Com preço muito alto o Galaxie era para poucos, contudo ele também tinha seus problemas. A suspensão muito macia, o freio a tambor aliado aos pneus diagonais transforma qualquer acelerada mais forte em um risco, era melhor desfilar.
Em 1969 chega à primeira novidade na linha, se trata da versão LTD muito mais luxuosa, recebia teto de vinil, acabamento de jacarandá no interior, novos frisos e retrovisor externo com comando por botões internos, novidade no mercado nacional. O motor também trazia novidades, tinha cilindrada aumentada e passava a ser 292 4.785 cm³ e tinha potência de 190 cv. A transmissão agora era automática de três velocidades, algo também inédito nos carros fabricado por aqui. No mesmo ano também chegava à versão básica chamada apenas de Galaxie sem o "500". Não tinha direção hidráulica, as calotas eram menores, a forração interna era toda em vinil e faltavam inúmeros frisos e detalhes cromados. Essa versão ficou pouco tempo no mercado, quase ninguém queria um carro desse porte depenado.
Em 1971 chega a versão LTD Landau ainda mais luxuosa que a LTD, se destacavam o vidro traseiro de tamanho reduzido, o enfeite na coluna C que imitava a sustentação da capota de carruagens antigas e o interior ainda mais requintado. Sem sombra de duvidas era o carro nacional mais requintado. Em 1973 o Galaxie passa por uma reestilização, a frente ganhou novo capô e grade. Também foram redesenhadas as lanternas, calotas e os frisos.
Em 1976 o Galaxie LTD e Landau passam por sua maior reestilização. Os faróis passaram a ser horizontais com as luzes de setas na vertical, as lanternas também passaram para a horizontal divididas em 3 partes de cada lado. O Galaxie 500 segue diferenciado.
Ford Taunus |
O Galaxie passou a ter tecidos mais finos como o veludo inglês e casimira francesa, também passaram a ter carpete de melhor qualidade. Além de todas essas mudanças ele ganhou um novo motor, o V8 302 que já equipava o Ford Maverick, trazendo mais fôlego ao carro. Sua cilindrada era de 4.950 cm³ (5,0 litros) que geravam 199 cv brutos.
Em 1978 toda a linha recebia novo volante de 4 raios, além de novo padrão de estofamento e interior para o Landau. E em 1979 o Galaxie 500 sai de linha.
Já nos anos 80 com a crise do petróleo ficava difícil manter o V8 na gasolina, com isso a Ford lançou uma versão a álcool que passou a representar a maioria das vendas, contudo seu consumo ainda era bem alto, por volta de 3,5/1 de álcool.
Em 1983 o fim do Landau já era inevitável e o Landau saiu de linha após 16 anos no mercado e 77.647 unidades produzidas. Como a gasolina estava muito cara poucas pessoas queriam os Galaxies e logo se desvalorizaram muito e passaram a ser tratados como lixo no meado dos anos 80.
Classic Magazine
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