Novo, usado, caro ou barato? Carro bom muitas vezes precisa contar com o fator sorte por parte do motorista. Veículos japoneses, chineses ou coreanos não ficam de fora desta teoria.
As marcas estrangeiras têm brigado por um lugar na preferência dos brasileiros e ao mesmo tempo em que as asiáticas costumam receber muitas críticas, tem muito motorista aprovando as novas fabricantes.
A Fundação Procon de São Paulo ainda não reuniu dados específicos envolvendo carros destes países, mas de janeiro a junho deste ano já atendeu 102 casos de pessoas que comunicaram problemas em veículos importados. Os danos mais frequentes e que atingiram 34 das queixas estavam relacionados a problemas na entrega do produto.
Na comparação das fabricantes asiáticas mais confiáveis para a compra de automóveis nos últimos 12 meses realizada pelo site ReclameAqui, a líder de reclamações é a Hyundai (2.340), seguida pela Nissan com 1.525 chamados, considerada 'não recomendada'. A montadora com menos reclamações foi a Kia, que somou 406 queixas, mas que também foi apontada como 'não recomendada'.
Por isso, para quem está de olho naquela promoção do veículo asiático completo que custa quase o mesmo preço do popular, sem nenhum acessório, selecionamos dicas de quem mais entende de carro no fim das contas, o mecânico. Confira:
Marcas mais antigas no Brasil
As fabricantes asiáticas antigas no País são as mais conhecidas do mecânico Arnaldo Zeferino, que desde 1984 trabalha no ramo. Para ele, a japonesa Toyota é a que menos apresenta ‘dor de cabeça para o consumidor’, exigindo gastos comuns como troca de peças por desgaste. “No geral, rende pouca oficina”, afirma.
Em sua loja no bairro da Saúde em São Paulo, a Speed Center Car, ele só atende com hora marcada e explica que a Honda apresenta itens um pouco mais caros na comparação com modelos dos Estados Unidos, França e Alemanha. Sobre o período esperado pelo cliente por determinadas peças envolvendo os asiáticos, ele diz que de modo geral, todas as marcas têm demorado mais na entrega dos produtos. “A pronta-entrega se transformou em algo raro já que ninguém mais trabalha com estoques, tenho que esperar até três dias”.
Gastos de manutenção e prazos de garantia
Na avaliação de Eduardo Piza, da paulista Príncipe Lubrificantes, quem opta pelo carro chinês, por exemplo, pode virar refém de gastos pesados com manutenção. “Muitos reparos já chegaram a custar 20% do preço total do veículo”, conta. Para o mecânico, a compra deste tipo de veículo é indicada para proprietários que planejam fazer trajetos em pistas mais novas, sem montanhas ou rampas íngremes.
Ele também alerta que os novos prazos de garantia estendidos podem não valer a pena. “Já vi muitas garantias de até seis anos jogarem para o dono do carro a responsabilidade por determinados problemas de fabricação, mesmo com o cumprimento das revisões obrigatórias”, afirma.
Suspensão ‘delicada’
No caso do mecânico Valdir Silva, proprietário da oficina Roda Center, a aposta pelo carro chinês aconteceu dentro de casa. Há um ano, ele comprou para a filha de 18 anos um Chery Face usado (2011), completo, por R$ 25 mil, e diz que não se arrependeu. “Para quem faz trajetos curtos pela cidade, o chinês é excelente”, defende.
Segundo Silva, a mecânica pode ser enfrentada sem problemas, mas a suspensão do veículo é ‘mais delicada’, por isso, ele indica as regiões urbanas para o uso. “Ele não é muito confiável para passeios na praia com a família ou no sítio com amigos”, completa.
Sobre a falta de peças, o técnico detalha que já aguardou um mês pela entrega de um farol do Face.
- EMPRESA RECLAMAÇÕES AVALIAÇÃO
- Kia Motors 406 Não Recomendada
- Toyota 564 Regular
- Honda 1.074 Não Recomendada
- Nissan 1.525 Não Recomendada
- Chery 27 Não Recomendada
- Hyundai 2.340 Ruim
Mayara Baggio
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